11 de abril de 2018

Manifesto.


   Terça-feira de cinema, as usual. Não tenho muito a dizer deste Manifesto de Julien Rosefeldt, com a incrível Cate Blanchett. Chamar-lhe filme já é, per se, complicado; documentário anti-arte, ou anti-concepção tradicional de arte, assenta-lhe melhor. Compreendo a motivação: manifestos sociológicos, contributivos, críticos, artísticos, tendo Blanchett, aqui, vestido a pele, e os sotaques, de um sem-números de personagens, do sem-abrigo à sofisticada executiva. É um aborrecimento latente. Pela primeira vez desde que me conheço, vi alguém, no caso um casal (parece até que rima), a abandonar a sala. Alguns dirão que não eram dotados de sensibilidade suficiente para entender o que ali estava em causa; eu diria que o propósito de um filme não é o de entediar os espectadores a ponto de estes se decidirem por sair, jogando ao alto o dinheiro que gastaram e as horas que perderam. É um mau sinal, é um mau filme, que nem Blanchett e o interesse que os manifestos retratados poderiam suscitar salvaram.

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