12 de junho de 2011

Santos Populares


Quem é lisboeta sabe bem que por esta altura do ano o que são as festas populares. Bom, digamos que a tradição propagou-se um pouco por todo o país: temos o famosíssimo São João no Porto e festividades semelhantes em diversas cidades portuguesas. Portugal transportou esta tradição para o Brasil, onde temos as famosas festas juninas cujo espírito em tudo de assemelha ao das festas da antiga metrópole.
Eu nunca liguei as estas tradições populares. Sou mesmo avesso a tudo o que diga respeito a este tipo de festividades. Não por um qualquer preconceito, mas porque não me seduz. Vejamos: não gosto de sardinhas, embora goste de peixe, não bebo bebidas alcoólicas, não danço músicas populares e não me consigo distrair no meio de tamanha confusão. Resta o famoso manjerico que é do meu agrado. Gosto bastante, sobretudo dos que têm a quadra típica.
No entanto, e apesar do acima enunciado, temos por hábito almoçar num dos bairros típicos da cidade, geralmente Alfama. Este ano não foi exceção. Eu, a mãe, os manos, as suas respetivas caras-metades e os avós fomos a um restaurante de Alfama. Os avós gostam deste ambiente popular. Claro que comi espetada de peixe com a mana enquanto eles se entretinham com as sardinhas da época. Comem aquilo com tudo o que lhes é devido: salada de pimentos (credo!), batata cozida e broa. Enfim, gostos... Quando acabei de almoçar, enquanto eles ficaram na confraternização, fui a uma banquinha comprar o meu manjerico. A senhora, já de uma certa idade, e provavelmente estranhando o facto de um rapaz comprar um manjerico, perguntou-me se o mesmo era para a namorada... Hábitos. Voltei para o restaurante a passar a mão sobre as folhas pequenas e perfumadas da minha planta.
Ainda ficámos lá durante umas boas horas. A mãe e o avô quando começam a beber o digestivo, vulgo whisky, são capazes de ficar uma tarde inteira a beber e a conversar... É, enfadonho para quem não compartilha esses vícios.
Fiquei bastante surpreendido com a quantidade de jovens que vi este ano, da minha idade e até mais novos, mesmo tendo em atenção que, devido à crise, estava tudo bem mais vazio do que em anos anteriores. Até estava lá um rapaz bastante engraçadinho que passou o tempo todo a olhar para mim, mas eu já me sinto meio ligado ao R. e não gosto de me exceder, se bem que mesmo que não conhecesse o R. seria difícil dar-lhe qualquer espécie de intimidade. Sou uma pessoa muito difícil de conquistar e ligeiramente de pé atrás no que diz respeito a flirts. É incrível a facilidade com que as pessoas engatam e se deixam engatar nos restaurantes, bares e afins, vão para a cama e até nunca mais ver. Dão-se ao prazer pelo prazer sem terem o mínimo de respeito por si mesmas. Não critico quem o faz, mas não, obrigado.
Voltámos para casa e posso dizer que até gostei da tarde. É tudo mais sossegado. À noite, imagino o reboliço... De tarde, confesso que até é agradável. Aliás, surgiu-me a ideia de que poderia convidar o R. para uma tarde do género ou até mesmo um jantar. Seria interessante. Acho que com ele, de noite, sentir-me-ia mais à vontade. Pode ser que ele tenha ideia semelhante e me convide. Confesso que prefiro ser convidado. Não pelo pagar, que ridículo, mas sei lá!, vocês entendem a minha posição. :)
Com ele até poderia equacionar a hipótese de comer uma sardinha no pão e dançar ao som do Apita O Comboio. (risos)

8 comentários:

  1. O «Apita o comboio» já era, Mark... Lamento, mas agora o que se ouve mais este ano nas bancas populares é a Rosinha. E o eterno Quim Barreiros...

    E sim, há muita malta nova na rua. A imperial a um euro ajuda.

    Abraço, bom feriado!

    PS: Essa do almoço em Alfama é do mais chique que há! Eheheh!

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  2. Blog: Já era, Blog? LOL :D Vê lá que até ando desatualizado em relação a estes assuntos de música popular.

    Ahahahahahah, amei essa do "chique". (: Eu sou uma pessoa que se ambienta bem em qualquer lugar. :P

    Abraço e bom feriado para ti também! ^^

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  3. Tomás, já me tinham dito, ahah. :D

    Agora a sério, obrigado. (: Mas, sabes, às vezes os "especiais" são os que aproveitam menos a vida. :/

    lots of love ^^

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  4. Eu queria ser mosca para te ver comer a sardinha...
    E não digas mal de uma salada de pimentos...que blasfémia!

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  5. Pinguim: Ahahahah, eu também gostaria de me ver a comer uma sardinha. :D
    Ai, não consigo gostar daquilo. Parece-me um amontoado uniforme de umas "coisas" húmidas em tons esverdeados. :S

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  6. Lol, fizeste-me lembrar a minha passagem da sardinha com garfo e faca, como aprendi com os meus pais, para a sardinha no pão, que se agarra com as mãos, como faço no Santo António. Lol, eu não pagava para te ver a comer sardinhas, mas se fosse com as mãos já não sei... ;-)

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  7. Coelhinho: Com a mão digo-te já que não como mesmo! (: Mas nem que me paguem. LOL Sentir-me-ia mal, estranho, apesar de isto parecer meio ridículo. Enfim, sou eu. (:

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