4 de setembro de 2010

Caixa de Música



Ainda me recordo daquela caixa de música. Uma caixa pequena mas elaborada, simples e com adornos feitos em tinta vermelha. Nela, cuja bailarina dançava ao som dos meus pensamentos, nascia uma música suave, melodias de outros tempos, actuais como nunca. Um som baixo, embora audível. Os pensamentos dançavam no compasso de cada nota. A sensação que me toma é a de que cada música vinda destas caixas mágicas é triste, nostálgica, despertando memórias adormecidas com o tempo. O passado retorna e condiciona o presente.
Guardo a caixa de música, oferecida em pequeno, num lugar especial. E, às vezes, abro-a e rodo a sua corda. A bailarina começa a dançar. O vestido que traz parece que ganha vida e cor, iluminada pela luz do meu abajur. O pequeno espelho que reveste o interior da caixa realça o sentimento misto de passado e presente. A música traz-nos o passado; o espelho, esse, surge destinado a fazer-nos ver o presente. Talvez tenha sido esse o propósito. O sentimento de alienação ganha um outro sentido. Os pés continuam na terra, mas os sonhos voam à velocidade da luz. Da nossa luz, daquilo que a música nos faz despertar.
Quando, por fim, a música acaba e a caixa se fecha, a vida toma o seu sentido original.
E nós tomamos o sentido que a vida nos imprime. Para sempre.

6 comentários:

  1. ora e um bom dia para ti :) hoje estou bem disposta, com vontade de ouvir musica!

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  2. Eu levo sempre a minha caixa comigo sempre na memoria

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  3. Pensei que não me fosses publicar como da ultima vez. Achei que ias perceber que tava a brincar contigo por causa do que se passou em relação á publicação dos comentários ou do que escrevi ao ritchie. Mas afinal desta vez tive direito a ser publicada

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  4. Essas caixas de música são sonhos que temos à nossa disposição para quando necessitamos deles.

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