11 de julho de 2010

Noite Pálida



Gosto de observar a noite, mesmo que taciturna e misteriosa. A noite tem um encanto diferente do dia. Tem uma magia especial, um encanto que a torna apetecível e totalmente irresistível. À noite, encontramos meandros de tristeza ou alegria. Tida como das maiores amigas do ser humano, a noite disfarça o que de pior existe em nós. Escurece o olhar, o espelho da alma que nos revela os sentimentos mais belos, mas, porventura, também os mais sórdidos. Mística e especial, a noite tem inspirado vários autores à criação de belas obras artísticas. É uma das fontes de inspiração primária, aquela que a tudo conduz e que a tudo atribui um significado. Para mim, a noite é uma aliada de desejos, pensamentos e sonhos que manobram a minha mente num misto de aventura e paixão. O seu silêncio, a luz do luar e aquele gato preto que atravessa a estrada são as únicas testemunhas de uma vida que se processa bem mais acima. Há sempre um coração que bate, latejando por mais. Gosto de sentir a escuridão de cada rua, a luz dos candeeiros da estrada a enfeitar a minha pele alva e o vento, soturno, a fazer balançar o meu denso cabelo negro. Contrariamente ao desejado, não vivi esses momentos da forma que gostaria, nem com a frequência que desejava. A noite, para mim, deve ser como eu quero. Simples e complexa; trágica e feliz; fatalista e não destinada. Oxímoro da alma, momentos do presente e prazer profundo e apaziguador. É a vida que se desvenda num minuto, a alma que rompe as cordas do seu cárcere.
A noite, pálida no seu esplendor. Fatal, na sua sabedoria. Apaixonante, na sua inquietude.

4 comentários:

  1. estás tão enganado.. eu tenho uma auto-estima baixissima,mas seguindo.
    como é que deixa de aceitar os comentários automaticamente?

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  2. mark,diz-me só onde é que aparecem os comentários para aceitar. não percebo nada disto -.- obrigado e DESCULPA!

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