21 de abril de 2010

A Nuvem

Ao olhar para aquele céu de fim de tarde lembrei-me de ti. A tua imagem simplesmente apareceu no meu imaginário. Eram a união perfeita, tu e aquelas nuvens luminosas e amarelas que observei pela janela. Subitamente, uma vontade de estarmos juntos rompeu em mim de forma dolorosa. Aquela impaciência descontrolada quase que tomava conta do meu discernimento. Onde estarias? O que farias? Mil pensamentos ecoaram na minha cabeça. Uma só certeza encontrei: a de querer estar perto de ti. Imaginei as milhares de coisas que poderíamos fazer. A vontade de ter ver naquele preciso momento era maior do que tudo. São instantes irrepetíveis. Tive a sensação de que tudo atingiu um ápice vertiginoso que se foi dissipando ao sabor do tempo, acompanhando a passagem das nuvens. Era um prenúncio de chuvas. Mas que bela analogia que me ocorre. As lágrimas, geralmente, acompanham a tristeza. Pois bem, de seguida choveu. Que impulso tão forte que se deu em mim durante aqueles minutos. Que vontade incomensurável de que entrasses pela porta e me tomasses nos teus braços. Quero-te. Vivo de episódios despoletados pelas mais diversas situações. Não compreendo o motivo que levou a lembrar-me de ti ao observar as nuvens de final de tarde. Era um quadro perfeito. Talvez tenha uma sensibilidade única para associar e sentir o que a maioria ignora. Talvez... Sei que o senti. E sei que fiquei triste. Todavia, essa tristeza vinha acompanhada de esperança e de força. E essas sensações perduravam à medida que mantinha o meu olhar fixo no horizonte celestial. Queria-te ali, naquele momento. Queria ser absorvido por aquela luz solar, timidamente escondida atrás daquelas nuvens. Talvez estivesses nelas.
As nuvens falaram comigo, usando a sua linguagem mágica, naquele fim de tarde primaveril.
Anunciaram a tua chegada a mim e levaram-te com a sua passagem.

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